RUPTURA COM A COERÊNCIA
Meu versejar é deslumbrado e sem epítetos
É raso e de tão raso, não respinga
É noite e de tão cedo não orvalha
Uma afetada tela de um possível não me enquadro
Podendo também ser o contrário
Pois na escrita tenciono um réquiem
E na falada, festas com artilharia
Só não ousarei calar, ou baixo expressar-me
Como poderia eu, possuindo a zuada do ser humano,
Sentir vergonha de usá-la?!
Se te incomoda o estridente reverso
Imagine preso o mesmo dentro de mim:
Fogos de artifícios com paus pequenos!
E o hipocampo minado de meus pensamentos
Não obstaculizam o norte dessa liberdade,
Exagero? Não sei se durará, mas creio ser louvável.
Encerro descurando os testemunhos malfadados
Não os aceite, gentil ledor, são impostos de desuso.