Degraus, tornozelos e outras pressas
Acelerei meus passos descendo os degraus da escada rolante, no metrô da Estação Carioca, na tentativa de resgatar o tempo, que julgava ter perdido em um café da manhã demorado. Afinal de contas, eu mereço! Mas às vezes me esqueço que não nasci herdeiro e preciso correr contra o tempo, se quiser ser alguém na vida (seja lá o que isso signifique).
Então meus próprios passos atropelo, e independente do meu anseio, indignado com os demais descendo alí parados, que se fecham como bloqueio, tudo o que ganho é uma dor no tornozelo.
E indignado esbravejo: "Virei o pé, maldição!"
Nem precisava tanto. O metrô continuava ali parado, quase que debochando de mim, e tive que olhar constrangido aos que me viram chegar primeiro, mancando em meus devaneios de uma tentativa de conseguir resgatar o que não tenho controle.
E por fim me aconchego entre uma multidão de cheiros, logo de manhã tão cedo (que desnecessário) e ironicamente perco a estação que seria meu destino...
por causa do smatfone.