Mais Ninguém
Quase namorei a Fanta litro,
com seu cabelo natural avermelhado
e um corpão coberto de sardas.
Por ser litro parecia desengonçada e
isso assustava um pouco, mas hoje
percebo que como era, era linda.
Saudades de você, Fanta litro.
A Chiricaua namorei!
Quase metade de minha altura.
Ficava estranho, desproporcional.
Mas... ela tinha duas trancinhas
indígenas no cabelo que enlaçavam
os meus ainda inexperientes sentimentos.
Tentei namorar, pois nem dá para dizer
que foi namoro o que vivemos,
eis que a danada da Suzana
da Arquitetura era mau humorada
e turrenta. Pulei fora logo!
Tive um grande amor...
que não foi o meu amor.
Talvez tenha sido tão mais meu
esse intenso sentimento amor.
Percebi isso no beijo,
eis que as intensidades
eram diferentes.
Eu, beijava com corpo e alma
e ela, nem corpo quiçá alma.
E ainda assim, Célia foi um grande amor...
que morreu em mim.
Hoje namoro a Suzana,
a quarenta e dois anos e confesso,
hoje somos bons amigos.
O tempo faz coisas interessantes,
provoca mudanças interessantes
na gente, como transformar amantes
em amigos.
Creio, pelo adiantado dos anos,
que não namorarei mais ninguém,
nem preciso, pois descobri que
minha maior paixão sempre
fui eu... e mais ninguém.
P.S: - namorei "algumas" mais,
não tantas como desejaria
ter namorado, mas delas,
quem sabe, um dia inspiro
e falo.