Como um passarinho
Como um passarinho preso em sua gaiola, canta e encanta os ouvintes, mas o que ninguém percebe é que seu canto é triste, um clamor por liberdade, por ser amado de verdade.
Pula de um lado para outro em seu poleiro, ansiando para que as grades à sua volta se desfaçam, mas, a cada dia que passa, suas esperanças diminuem.
O tempo passa, e o passarinho se acostuma com a prisão. Seu canto perde a força, suas penas, a vivacidade. Ele se torna um mero reflexo do que um dia foi, um prisioneiro da própria tristeza, aprisionado em um ciclo de melancolia.
Chega um momento em que ele percebe que não pode se entregar e, mesmo estando encarcerado, há vida lá fora e, enquanto existir vida, haverá esperança.
Toda manhã, um raio de sol invade a gaiola, aquecendo o coração do passarinho. Uma melodia distante, livre e vibrante, ecoa em seus ouvidos, despertando a chama da esperança. Ele ergue a cabeça, suas penas tremulam, e um novo canto, tímido mas cheio de vida, ecoa novamente, porque desistir não é uma opção, persistir é uma decisão.