O homem e o tempo

Havia um tempo de riso e festa

de passos firmes, alma honesta

braços que erguiam pedra e sonho

mãos que contavam e construiam...

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O sol queimava, ele suava

mas nunca a luta abandonava

mesmo ferido, ainda erguia,

com sua força, a luz do dia...

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Hoje, a sombra lhe faz morada

a vida pesa, a alma é nublada

o corpo, outrora rocha e aço

agora é vento, frágil laço...

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O brilho some, os olhos vagos

o riso cede aos dias magros

a dor corrói, o peito cala

o mundo gira e ele para...

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Mas lá no fundo, sob a bruma

ainda há fogo, ainda há lume

a terra aguarda a chuva mansa

o dia pede uma esperança...

:

E quem um dia foi gigante

renasce em passos confiantes

que o tempo traga um doce vento

e faça brilhar cada momento...

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MMXXV