Saudade de um Lugar que Sorri

Eu sinto falta de um lugar que sorri.

Sinto falta de um lugar.

Sinto falta de um lugar onde o amor possa cantar a alegria de servir.

Servir ao impulso do próprio coração, que só quer doar o que há em si.

Sinto falta do olhar que lê a alma com ternura e calma, sem julgar o que há por fora.

Lembro da infância, quando minha mãe reclamava por eu abraçar demais. Lembra, mãe?

Eu abraçava quem chegasse.

Sorrir, abraçar, fechar os olhos e deixar o coração dizer o que as palavras não podem traduzir.

Isso sempre fez sentido dentro de mim — o contrário, não.

Naquela época, eu sofria com a falta de um lugar onde o afeto fosse de todos e a lógica do existir morasse no bem que se fazia...

A certeza desse lugar era tanta que eu sentia saudade e, ao mesmo tempo, acreditava que aqui poderia se tornar assim. E eu só queria fazer a minha parte.

Ouvi que eu era sonhadora, utópica e boba. Sofri quando descobri que os homens faziam guerras, que matavam quem nem conheciam...

Estudar história fazia meu coração sangrar.

Que belo trabalho fez e faz minha mãe... A todo instante, guiando meus passos, instruindo-me no caminho do bem, apresentando o Sol Nazareno e todos os seres que trouxeram luz ao mundo.

Ela me dava a base enquanto tentava me proteger de mim mesma.

Hoje, ainda sinto falta de um lugar onde o amor não seja posse, nem desejo, nem carne, nem individualidade.

Onde o amor flua e não seja visto com olhos de maldade.

Ainda sinto falta de um lugar onde a malícia não possa morar...

Sonhadora, utópica e boba aos olhos do mundo... que seja.

Aflora la Fora
Enviado por Aflora la Fora em 19/03/2025
Código do texto: T8289515
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