QUEM SOU EU E QUEM SÃO OS OUTROS?
Nasce o dia após seu longo desmaio
N’alternância entre saborosos sonhos e obscuros pesadelos
Quantos personagens outrora [eu] vivi!
Da ventura a ter despertado [por vezes] meu sorriso
E também d’ansiedade a ter me afogado em minha triste tormenta
E destarte fui tudo ... e ao mesmo tempo ... fui nada
Sendo, portanto, um vital paradoxo
Nesta vida que veloz passou ... ou mesmo ... se perdeu
Ou eu diria, que nem tanto a vi tanto passar
Deixei-a, muitas vezes, fugir ...
Ao que, então, pergunto para mim agora:
Quem deveras eu fui neste duro exílio?
E, quem foram ... os outros?
Conheci a alguém ... plenamente?
Não, ... ninguém
E ninguém me conheceu [completamente]
Pelo que ninguém conhece ninguém realmente
Nem se conhece, a bem da verdade
O que vemos [de todo mundo] são apenas ... “fragmentos”
Quando menos esperamos,
eis que nos surpreendemos
com ... o outro
E, principalmente, ... com nós mesmos
Onde às vezes nos alegramos
E tantas vezes nos decepcionamos
Seja conosco, seja com os outros
É o salário do humano viver
É o soldo do existir
Até o final de nosso "vencimento" ... no tempo
Sim, até esgotar nosso "prazo de validade"
Mas, será que a “vida” de fato nos conhece?
Ou igualmente ... com todos se surpreende
pelo que também não nos conhece!?
Ah, vá lá saber!?
19 de março de 2025
IMAGEM: FOTO REGISTRADA POR CELULAR