Castelo de sonhos

O castelo dos sonhos, por vezes, desmorona diante dos nossos olhos, como se o vento da vida impusesse sua força implacável. Dentro de nós, há um mar de desejos, de desejos que clamam por ser vividos, por serem desvendados. Mas, de repente, a vida se impõe, nos arrasta para a superfície e nos faz encarar a crua realidade, dizendo, com sua voz áspera, que o caminho não é feito de morangos. Enfrentaremos pedras, quedas e dias em que os planos se desfazem como castelos de areia. Nem tudo se desenrola como sonhamos, nem tudo acontece na hora que queremos.

Alguns sonhos, no entanto, permanecem guardados, prisioneiros dentro de um castelo que, de vez em quando, ousamos explorar. Arriscamo-nos a entrar, a tocar no impossível, mas, ao final, fechamos as portas e descemos da torre, onde o peso do mundo nos faz aprisionar novamente o que era livre, como se fôssemos guardiões de uma princesa em um conto de fadas. Quantos e quantos sonhos nossos estão algemados, esquecidos nas profundezas desse castelo? E há os que, diante de nós, ruíram, sucumbindo às ondas do tempo como castelos de areia que o mar devora.

Às vezes, os sonhos são apenas isso: sonhos, fugazes como a brisa, etéreos e inalcançáveis, como a luz da lua refletindo na água calma. E ainda assim, é nos sonhos que encontramos as razões para seguir, mesmo quando o castelo parece desmoronar.

Aysra
Enviado por Aysra em 19/03/2025
Código do texto: T8288859
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