Tive uma reunião em uma região de São Paulo, dessas em que uma chuvinha de nada já provoca enchentes, São Paulo tem dessas, não é? Um pouquinho de chuva já transforma ruas em rios, principalmente em algumas áreas mais problemáticas...
Na cidade que nunca dorme, mas às vezes alaga, uma chuva tímida vira correnteza que não nega. Descalça ou não, enfrentamos a maré, com passos cautelosos de quem tem fé...
Reuniões seguem, mesmo em meio ao caos, enquanto a chuva canta em tons tão reais. Nas esquinas inundadas, histórias emergem, de coragem urbana que nunca se perde...
Parei o carro em um ponto estratégico de um posto de gasolina, e fiquei observando, no refúgio desse posto, estacionei sob o abrigo frágil, o mundo me observou. A chuva caía, não só no chão, mas também na alma, trazendo reflexão.
Veículos lutavam contra rios improvisados, enquanto eu assistia, passos paralisados. Na dança das águas e luzes urbanas, achei poesia nas cenas quase mundanas...
As pessoas caminhavam a passos largos, tentando fugir da tempestade, invejei uma moça que parou, tirou o tênis e seguiu caminhando, descalça na correnteza, como quem passeava na floresta...
Às vezes, esses momentos inesperados nos conectam com algo maior.