Faça-se...o mítico sentido de tudo o que existe (Gn 1)
‘...o Espírito de Deus pairava sobre as águas”
Antes do primeiro dia da criação havia o caos
Sem vida, luz ou qualquer perspectiva
Tudo estava por ser imaginado
A ser realizado pelo gesto criador: faça-se!
No mito criador existem duas grandes águas:
Aquelas que estão acima do firmamento
E as demais que estão abaixo...planeta água!
Para a vida vir a existir é preciso criar a complexidade,
Juntar a luz, o ritmo dos dias e noites, um pedaço de terra.
Na cadência dos dias da criação a alegria de uma dança
Divino bailar a ir da potência ao ato: faça-se!
Começou a existência no encontro da terra com o mar.
Na terra plantas a se multiplicarem: fruteiras, ervas.
Fores, sementes, frutos...diversidade de forma e conteúdo.
E viu Deus que era bom ... assim aconteceu até o terceiro dia.
Mas Deus não parou por aí a havia muito mais a ser feito.
O divino ser não se confunde com o sol, a lua ou as estrelas,
Também é maior do que as árvores, montanhas...tudo é criatura.
A luz é a essência de Deus, aos astros cabe um papel menor:
Separar e ocupar seu lugar entre o dia e a noite.
A complexidade se torna multidão de seres vivos,
Monstros marinhos, aves, animais selvagens e domésticos,
mesmo os que se arrastam pela terra também foram criados.
Até então a criação não terminou
e sequer foi revelado seu propósito.
O mito bíblico reserva ao humano o último dia da criação.
Insiste em afirmar que o humano é imagem e semelhança,
Homem e mulher são expressões da plenitude da criação,
Mas não existem para si mesmos, devem multiplicar-se
Submeter e dominar o que foi criado é sua missão,
O primeiro sentido para dominar e submeter não reflete poder,
Mas a generosidade do divino a prover ao humano meios de vida.
Criativamente transformar o que foi criado em alimento.
No sexto dia o divino projeto estava pronto. Era muito bom.
Celebrar os atos do criador era a única obrigação pedida por Deus.
No sétimo dia – sábado – louvor e agradecimento pela vida.
Nos atos criadores está a origem divina do trabalho,
E no sábado, coerentemente com o projeto, o merecido descanso.