NO PROCESSO DA TRANSFORMAÇÃO

A jornada da transformação não se dá sem rupturas. O ser humano, ao se confrontar com o Sagrado, percebe a insuficiência de sua própria natureza e é levado a atravessar o vale da purificação. O encontro com o divino não é uma experiência neutra; é um momento de revelação, um espelho que reflete a verdadeira condição da alma. No vislumbre da glória, o orgulho se dissipa e a consciência da impureza se impõe com um peso inescapável.

Aqueles que buscam elevar-se por seus próprios méritos, inevitavelmente, se deparam com a limitação de sua mãos finitas. O coração que se envaidece e se exalta acima do seu chamado encontra a ruína, pois a transformação genuína não é obra do homem sobre si mesmo, mas daquilo que é operado pelo toque do transcendente. A purificação exige fogo, e este fogo, embora consuma, também regenera.

Há um tempo de juízo e um tempo de restauração. Aquele que compreende sua pequenez diante do Absoluto não teme reconhecer sua fragilidade, pois somente a humildade prepara o caminho para a Graça. O sofrimento pode ser o cinzel da alma, esculpindo-a para algo maior. Contudo, há também um chamado à proclamação, à redenção do tempo oportuno, ao anúncio da mudança que não se encerra no juízo, mas se abre para a esperança.

Os que são tocados por Cristo não permanecem imóveis. Purificados, são enviados. A experiência do quebrantamento não os reduz a nada; antes, os torna participantes e eleitos da missão que transcende o ego e se ancora na vida eterna.

Não se trata de um movimento de superação pessoal por si só, mas de uma reorientação do ser. O processo de transformação se completa quando o homem, antes cego para sua própria condição, responde ao chamado de Deus com prontidão: “Eis-me aqui, para a honra e glória de Teu nome!”.

Arydjonson Estevam
Enviado por Arydjonson Estevam em 18/03/2025
Código do texto: T8288598
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