Esquinas
Eu me rendi. De joelhos perante a vida, supliquei perdão e auxílio, reconheci que não poderia mais seguir sozinha. Estava exausta. Lágrimas engasgadas. Vieram os sonhos estranhos, a sensação de limpeza. Vieram dias de sol intenso. Brotaram forças sob o cansaço. Veio a cura, trazendo novos comandos para o meu corpo entender que não existia mais a doença. Não sei quanto me resta de calmaria até uma nova tempestade. Não sei quanta luz carrego até me perder novamente na escuridão. Não importa! São tempos de viver minha fênix. Adormecida. Ainda cansada. Tão distante da versão que mais amei. Passado. Passou. Mais um ciclo fechado. E quanta gratidão. Quanto aprendizado! A vida tem suas esquinas de armadilhas para testar nossas lições, e limites. Segurei demais as dores, dúvidas e incertezas. Quase esqueço o quanto é importante soltar. Deixar a mágica acontecer. Assim fiz. Eu me entreguei com o coração aberto, sangrando, os olhos nublados, na esperança de que um poema de amor próprio nascesse do meu cansaço. Aqui estou, uma folha em branco, pronta para receber as bênçãos de uma nova estrada…
*Si*