Entre Silêncios e Palavras

No meio de tantas palavras, às vezes me perco.

Entre um verso e outro, procuro uma que me resuma,

que revele o que minha alma sussurra

e meu coração ainda hesita em dizer.

Busco a palavra certa, aquela que encaixe,

que preencha o vazio entre as linhas,

mas ela se esconde no silêncio,

brincando de escapar da minha mente.

Então, sigo escrevendo,

rabiscando sentimentos,

na esperança de que, em algum instante,

a palavra me encontre primeiro.

E quando ela vier, que venha inteira,

transbordando o que em mim se cala,

vestida de verdade ou mistério,

mas nunca vazia de sentido.

Que seja brisa ou tempestade,

suave ou cortante como lâmina,

mas que chegue sem medo,

sem me deixar na margem do indizível.

Porque escrever é esse eterno jogo,

de esconder e revelar,

de perder-se e encontrar-se

na imensidão que é o seu mundo.