Num canto da boca
Ela se ria por dentro. Num canto da boca, em ato quase imperceptível, me mandava beijos alucinados de paixão e enlevo. Eu era só e tão somente só felicidade. Dessas que não se veem hoje nos olhos dos namorados. Mas nem tudo corria como queríamos, o tempo malvado e insosso, nos desgovernavam de tal sorte que eu, que sou meio doido ou doido e meio, e como quem tem vontade de gritar, não gritava. Assim me debulhava no colo dela, que mais parecia uma cama de nuvem espessa, renovada de vento sul em total silêncio.