Á DERIVA
O tempo é um sopro que se perde no infinito,
E eu, à deriva, me encontro no abismo de cada segundo.
Em cada nota, uma chama se acende e se apaga,
Como estrelas que dançam ao longe, distantes, solitárias.
Meu ser flutua, sem direção,
Em um mar de silêncio que ecoa nos vazios do espaço,
Onde o amor e a dor se entrelaçam em uma coreografia de sombras.
O que foi, o que será, se desvanecem como o vento,
Sem resposta, sem razão.
Mas, ainda assim, eu sigo.
Não por escolha, mas por impulso,
A buscar um lugar onde a noite não seja tão pesada,
Onde as estrelas ainda brilham,
Mesmo quando tudo parece ter se apagado.
A melodia do vazio me guia,
Um eco constante, como a pulsação de um coração perdido,
E ao final, quando o universo cala,
Eu ainda sou.
Ainda flutuo.
Ainda procuro.