Deixa eu te amar livremente
Por que o receio? É medo, ou coisa que o valha? Saiba então minha querida, que de medos ando cheio, qualquer deles me atrapalha. Não posso amar sozinho? Quem disse isso, amorzinho? Isto é fogo de palha!
Tem tanta gente no mundo que cada vez mais se atrapalha, dando palpites, conselhos ou qualquer coisa que valha... Acho graça destes tipos. Em tudo metem o nariz. “Quem é você que não sabe o que diz?”. Ah, Noel quanta sabedoria, nos bares, serestas escondidas da luz do dia. Foi livre destes ares cheios de tanta hipocrisia... Não teve esses azares.
E eu, o que faço? Fico sujeito às normas? Ninguém se livra destas normas, sempre existe quem conteste as formas despidas que tenho e tão repetidas são, não existe quem não as ateste...
Que tenho eu com isto? Não, eu não desisto deste destino ingrato, é ele o meu prato que vou digerir, até fique farto.
Pergunto outra vez, docemente, sem nenhum rancor na mente, por que este ardor eu tenho de amar-te tão livremente?
Alguma maldição? Creio que não. Por favor, me dê a mão...
Não posso ficar sozinho, tenho medo deste espinho que se chama solidão!