Navegando a poesia
O mar levantou-se cedo
Romântico, deixou a areia toda molhadinha de prazer, com beijos espumantes.
E solta, cinza de vergonha, espalhada pela orla, movia-se instigante solvendo em doce veneno.
Se desmanchando em crostas
Que se refaziam em bancos flutuantes, como se a brincar de esconde-esconde.
E pega dali, pega daqui. Língua boba, mão esperta. Ele agarra, ela escaoapa. Ele foge, ela se entrega.
E assim vai nesse dá-me, dá-me, nesse toma, toma. Até o sol com seus raios invasivos, acabar com esta festa e, vermelho de ciúmes, espantar o mar, aquecer a areia, que volta pro seu lugar branca, macia e farfalhante.