Medo
Tenho medo de falar sobre o medo
Ele, o medo, dizem ser um aviso
Ora de perigo externo,
Ora de perigo interno,
Que aparece em nossas entranhas
Este último, é o pior deles,
O mais violento e perigoso
Porque ele não tem forma
Ele não é um leão faminto que nos persegue
Mas, sim, como uma mordida de cobra
Cujo veneno invisível penetra em nosso corpo
Que invade a corrente sanguínea e penetra nas profundezas de nossa alma
Fazendo estremecer todo o nosso corpo
Nos apavorando, imobilizando-nos
Sem saber exatamente de onde vem
Como uma brisa gélida, ele alfineta todos nossos poros,
Toda nossa alma
Que medo é esse?
Que não tem forma,
Que não tem cheiro,
Que não tem um porquê,
Mas que nos corrói por inteiro
Deixando-nos à deriva
Sem saber pra que lado devemos correr
Na realidade, sem saber o que temer
Medo, sim, ele tem seu lado bom
Serve de alerta
Que estamos em perigo
Mas tem um lado que fala mais alto
Dizendo: simplesmente estou morto de medo
E não sei a quem recorrer...