DESARRANJO

O amor que me procura

Não tem voz.

Brilha no sol morno pelas dunas

Naqueles dias...

Em que o inverno prepondera.

O amor que me procura

Não tem face.

É ocultismo à luz da lua,

Tremulo...a balançar...

Qual a chama duma vela.

O amor que me procura

Não tem mãos!

Segue amputado

E pedinte pelas ruas

A acelerar o coração.

Ah, mas o amor que me cultua

Esse sim, é devoção!

Cá dentro de mim, sempre continua!

Tropego,

a enfrentar a solidão.