Silencioso canto...

Caminho pelas ruas,

com os olhos cerrados,

Carrego um peso

que os outros não sabem,

Minhas sombras são vistas

como sonhos calados,

E o que sou, é visto apenas

como o que não sabem.

Sinto o mundo girar,

sem entender seu compasso,

Sou um espectro perdido

em mares de gritos vazios,

Eles falam, mas

suas palavras são um laço,

Preso em palavras

que não tocam

os meus próprios rios.

Minhas dores são levadas

ao vento, desfeitas,

Mas ninguém as vê,

a não ser eu, em sua vastidão.

Aqueles ao meu redor,

em suas vidas perfeitas,

Ignoram a batalha

que carrego no coração.

Não pedem para ver,

nem tentam ouvir,

Apenas o silêncio

em minha alma é ouvido,

A empatia é um conceito

que não sabem traduzir,

E o melancólico é um

ser esquecido, perdido.

Na imensidão da indiferença,

vou me calando,

Entre risos e vozes

que não me tocam,

Buscando, em vão, alguém que,

ao menos, esteja olhando,

Alguém que veja o que me aflige

e não só o que me sufoca.

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 09/01/2025
Reeditado em 09/01/2025
Código do texto: T8237713
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