Engrenagem - Dar adeus é crescer

No meu relógio a hora é dez

No seu relógio a hora é dez para as dez

Nesse ritmo fora do compasso seguimos

E o cotidiano se compõe

Dispõe-se

Interpõe-se

Mistura a poção de paciência e de insuficiência

E na magia do momento a engrenagem emperrada

Dissolve

Evolve

E na mágica da vida você vira museu

Eu viro museu.

Talvez boneca de cera

Talvez ao lado da Rainha da Inglaterra

Talvez o saco cheio estoure bem ali

E dirá o povo brasileiro: - Que chique!

E você vai até acreditar.

Vai gritar

Espernear até chorar.

Mas no meu relógio a hora é dez.

E no seu o ponteiro marca ainda

Dez para as dez.

Final do terceiro tempo.

Acabou.