CAVERNA I

Mergulhado em mim mesmo

sinto angustiante desejo de isolamento...

Às vezes quero me afundar em visões sombrias

adentrar em uma funda caverna de diante da qual – quero adormecer todos sentimentos...

sem saber exatamente porquê – espantado de espanto:

quero fugir desse tempo do mundo...

quero apoiar-me em algo espantoso

para ver se consigo distinguir alguma coisa...

mas a grande escuridão que ali reina me impede...

Depois de um tempo dois sentimentos me invadem:

medo e desejo, medo da caverna escura e ameaçadora,

Tenho medo de adaptar-me e não querer sair dela !

A caverna é o ventre de mãe onde me sinto em abrigo,

lá fora falsidade e guerra...o homem Devora o homem

por nada mata... o amor é tão falso como verdadeiro, é

preciso muita ciência ! muita paciência que já se me

esgota... esgotado por tanta luta sem trégua, sobrevivo

como cigarra depois que voltei, quero voltar lá de novo !

Cansei dos moinhos de vento ! dos sonhos impossíveis !

Hibernar é tratamento, não é fuga, é defesa sem

ferrugem no aço... voltarei fresco e curado, sim para

quando o amor que quero me puxar de volta...!

Alkas
Enviado por Alkas em 03/01/2025
Código do texto: T8232858
Classificação de conteúdo: seguro