Somos como o pobre Nosferatu: carregamos nosso próprio caixão
Na vastidão de nossa existência, caminhamos como sombras ansiosas, almas inquietas que se movem entre o brilho da vida e a opacidade da ausência. Tal qual Nosferatu, faminto e pálido, carregamos nosso próprio caixão - não de madeira, mas de memórias, medos e promessas não cumpridas. Cada passo arrastado é uma dança lenta, uma eternidade em miniatura, um sussurro de mortalidade que se infiltra em nossos ossos.
Guardamos dentro de nós todas as noites que não dormimos e todos os dias que fingimos ser invulneráveis. A solidão, por vezes, nos abraça como uma velha amiga, e o silêncio ecoa nossa condição humana: somos tragicamente cientes e perpetuamente insatisfeitos. Nossos espelhos não refletem monstros, mas a verdade nua e crua de quem somos quando o véu do mundo cai.
Carregando nosso próprio caixão, aprendemos que a morte não é um fim, mas uma presença constante, um lembrete de que somos finitos e eternamente famintos por significado. No balanço entre a luz e as trevas, resistimos. Não porque somos heróis, mas porque a vida ainda seduz, mesmo quando tudo parece perdido.
Como Nosferatu, que teme o amanhecer, sabemos que a luz revela nossas fragilidades. Mas continuamos, apesar do medo, carregando o peso de nosso destino, sussurrando ao mundo que, mesmo frágeis, ainda existimos, ainda buscamos, ainda amamos e ainda somos.