Lágrimas de brinquedo

Brinquedo não chora e eu sou um deles. Talvez por aceitar isso, já não tenha mais lágrimas para doar à dor que me consome até a raiz dos cabelos, a carne, ossos, unhas.

Chorar é nobre e digno. Talvez eu não os seja. Talvez eu seja um arremedo de gente, dessas bem insignificantes, então me recolho a essa insignificância.

Mas dói e muito ser esse brinquedo pequeno e útil a seus caprichos. Como um nada que tenta em vão ser alguma coisa.

Rasa e pequena. Nada mais sou além disso. Tenho que escapar, fugir desse marasmo e tomar uma decisão por você…