578 - Esperança nos Braços do Amor
Esperança nos Braços do Amor
Por quanto tempo o coração de tão ardente afeto ainda será obrigado a sobreviver na ausência de seu amado? A cada entardecer, quando a noite desce silenciosa sobre o mundo, e a cada amanhecer, quando a luz do sol toca a terra, ela se vê imersa em uma solidão que rasga sua alma. Hoje, a felicidade que só ele lhe concedia não vem, e o vazio que ele deixou, imensurável, a faz sentir-se perdida entre as sombras do passado.
Os carinhos e os beijos, agora distantes, parecem tão vívidos em sua memória, que seu coração delira pela simples lembrança do prazer que sua presença lhe proporcionava. Porém, como poderia ela expressar em palavras o peso tão grande de seus sentimentos? Como poderia relatar a ele o quanto ele é essencial em sua vida, a ponto de nenhum outro ser se igualar em valor? Ele, para ela, é uma joia rara, incomparável, e a possibilidade de perdê-lo traz-lhe uma dor lancinante, como se o próprio ar que respira fosse arrancado de seu peito.
Ele faz parte de sua existência, de sua essência mais íntima, e ela, em sua fragilidade, faria o impossível para que, algum dia, seus destinos se entrelaçassem novamente. Não poderia ele deixar-lhe, pois sem ele, a existência perde seu significado, e ela, sem o fulgor de seu amor, é uma alma errante, à espera do retorno de seu refúgio, seu porto seguro.
Neide Rodrigues, 17 de dezembro de 2024.