Trago
O início de uma era se desnuda no início desta semana. Trago no bolso um punhado do pó deixado pelo caminho. Não reclamo dos dias, nem das flores que cuidei caírem desbotadas de certezas.
Arrisco um novo golpe do meu sangue nessa abstração intangível, que a vida pendura em nossa parede de sonhos. A vida, louca, puta, nas vielas, estende os lábios e a língua, nos envolve em suas pernas, tira pedaços, suga suor e lágrima, arranca cabelos, nos apaixona, nos mastiga, mastiga, depois escarra.
Tem essa mulher que não lembro do rosto, mas me segue nas estruturas estagnadas dos caminhos, onde construo pontes e não as termino, pelo de medo das descobertas me decepcionarem - prefiro imaginar .
Um velho me disse: "Não visite a casa de seus primeiros dias - certamente, irá se decepcionar.