Jardins do Submundo

Eu os olho de longe,

chegando do portão mais distante

com as pupilas pequenas e os olhos caídos,

esperando o inferno de Dante

Eu vejo o choque no olhar,

passando a admirar

A surpresa que sempre causa

As flores tão vivas que diriam ter sugado,

A vida daquelas almas

Eles clamam por felicidade

Ela não retornará

Desespero inconsciente,

pela sua liberdade

Tudo ele imaginara

Nada vivo ele será

Só nunca de verdade

Mas foi falso o meu preceito

Refez-se meu conceito

Homem que fez-me discordar

Pensei que nunca veria

Uma alma tanto lutar

Impossível considerar

Que me convenceria

Por daquele mundo não cansar

Procuram-se no rio mais profundo

E se vão pr'aquele lugar imundo

Mas não sem levar lembranças

Pois todos os mortos um dia,

já admiraram os jardins do submundo.

Rafaela Tonetti
Enviado por Rafaela Tonetti em 17/12/2024
Código do texto: T8221195
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