Jardins do Submundo
Eu os olho de longe,
chegando do portão mais distante
com as pupilas pequenas e os olhos caídos,
esperando o inferno de Dante
Eu vejo o choque no olhar,
passando a admirar
A surpresa que sempre causa
As flores tão vivas que diriam ter sugado,
A vida daquelas almas
Eles clamam por felicidade
Ela não retornará
Desespero inconsciente,
pela sua liberdade
Tudo ele imaginara
Nada vivo ele será
Só nunca de verdade
Mas foi falso o meu preceito
Refez-se meu conceito
Homem que fez-me discordar
Pensei que nunca veria
Uma alma tanto lutar
Impossível considerar
Que me convenceria
Por daquele mundo não cansar
Procuram-se no rio mais profundo
E se vão pr'aquele lugar imundo
Mas não sem levar lembranças
Pois todos os mortos um dia,
já admiraram os jardins do submundo.