Coisa de gente
Tenho pensado muito sobre o amor - tema batido - e a solidão. Sem pretensão, mas partindo de uma condição sex-agenária, tirei pra mim umas belas conclusões e estou muito satisfeita com elas. Até porque todos os meus sumos hormonais e pensamentos tempestivos estão bem assentados no corpo e na alma, como uma criança na calçada fazendo bolinha de sabão.
O amor é mágico, é um processo de absorção da alma que não se desfaz, um fruto que se ingere e não se expele. Passa a fazer parte da nossa estrutura, independente das decisões que venha tomar a pessoa amada.
Amar é abrigar alguém suavemente na alma. É uma gravidez nas entranhas.
Ao contrário do que dizem, não dói. Às vezes, a pele deseja. E o desejo nos mostra a felicidade de existir e poder ver aquela pessoa também existir como deseja.
Quem ama pode ter a sensação de estar sendo seguido nas ruas. É o manto misterioso de um sentimento lindo que nos aquece, nos acarinha e nos acompanha.
Solidão é outro assunto. É falta de uma terapia que se chama projeto. Todo projeto é terapêutico. Quem desenvolve algum sabe que 1 dia deveria durar 1 semana, porque 24 horas é muito pouco para a coreografia louca do fazer, desde o sair da cama até o retorno a ela com o corpo tomado de cansaço.
O amor não tem nada a ver com nada disso. É uma estampa, um enfeite espiritual, uma auréola astral, uma lareirinha interna. Uma luz!
Não é recomendável desistir dele, viver sem ele, porque é fonte de restauração permanente.
Amor é coisa de gente!