Tudo Novo de Novo!
Ah, o clichê de um novo ano: um novo capítulo na vida, um novo caminho, uma nova história para contar…
Mas, desta vez, o clichê tornou-se meu mantra, minha realidade, meu destino.
Para o bem ou para o mal?
2024 passou. Passou por cima de mim, dos meus sonhos, dos meus planos — até daqueles que eu nem sabia que tinha. Passou deixando um rastro de destruição na minha alma. Doeu muito… mas passou, está passando…
2024 despedaçou meu coração, destruiu a imagem que eu tinha de mim mesma, tanto por dentro quanto por fora. Quando me olho no espelho, vejo uma nova versão de mim: mais próxima dos quarenta, com fios brancos que agora insistem em ficar. A meia-idade chegou! E logo eu? Como foi que cheguei até aqui?
Sempre achei que vivia sem planejar, mas não é que eu planejei? Planejei estar casada agora, ter filhos, estabilidade na carreira… e, no entanto, aqui estou: recém-separada, recém-mudada, recém-empregada.
Me pergunto, quantos vezes nos enganamos nessa vida? Eu já perdi a conta…
E eu que tenho meu diploma, meu documento, no entanto, sigo caminhando contra o vento.
Mas, apesar de tudo, abro-me novamente em 2025 para novos enganos, novos planos e, espero, muitos novos anos.
Porque a vida é isso: construímos, reconstruímos, desconstruímos. Catamos os cacos e refazemos a imagem que vemos no espelho.
E, nesse espelho, vejo mais rugas, mas também mais sabedoria. Apesar da sociedade nos gritar que temos que correr, ter pressa, sair da frente porque “atrás vem gente”, agora eu decidi: vou com calma.
Com toda a sabedoria que eu não queria ter, mas que adquiri com meus sofrimentos e lamentos, finalmente consigo ir com calma. Muito mais calma há na minha hora e no meu tempo agora. Sem pressa, sem rumo, sem lenço. Aceitando estar contra o vento, e sem saber o que lamento.
Sem saber sequer onde vou chegar, o que vou conquistar ou o que vai me faltar.
Mas continuo, continuo o andar…E que venha o ano novo, com tudo novo, e de novo, e de novo, e de novo!