Do Toque à Garganta

O telefone chama, um toque longo, sem sinal de atender. Antes do amor acabar, ligamos algumas vezes para um recomeço, um novo ciclo, que, com o vazio do toque, se acabou.

O que me esperaria naquela noite, caso atendesse? O silêncio gritante se calaria ao som da sua voz, mas o mundo não acabaria pelo meu choro; minha voz não rasgaria a garganta.

A chamada não atendida vivencia o ponto final, o fim para o toque longo, tocando dezenas de toques. Seria doce seu "alô" ao meu silêncio?

Andei madrugadas à espera de um toque mal tocado, noites esperando um toque longo, dias esperando o nada. O incerto, o desfecho, o acerto, o fim.

Fujarra
Enviado por Fujarra em 16/12/2024
Código do texto: T8220374
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