Dessas manias minhas
Eu gosto de pijamas largos, doce de leite e café com pão.
Eu gosto de ver o vento tirar a cortina para dançar enquanto me alcança na cama ou no sofá, soprando com delicadeza e graça o meu rosto.
Eu gosto de abraço apertado, demorado e perfumado.
Eu gosto de ouvir música, de comer as pelinhas dos dedos e assistir desenho animado.
Eu gosto da noite, do frio e da chuva. Gosto de assistir filmes de Natal e de ler um bom livro na cama que nem foi arrumada pela manhã.
Eu gosto dessas minhas manias que ninguém vê, sabe ou repara, e que talvez não achasse graça ou beleza se notasse.
Eu gosto do simples, do leve, do doce, do alegre... igual criança.
Eu cresci, amadureci, me esforcei em não endurecer ou apodrecer. Tornei-me adulta sem abandonar o que é próprio de menina. Continuo a sonhar com facilidade e a rir de coisas bobas com mais facilidade ainda. Essa foi a forma que escolhi viver. Por que? Porque quero, ao fim dela, morrer como a criança que após se cansar de brincar, cochila com um sorriso de satisfação nos lábios.