Caminhadas noturnas

Sob o céu velado de tímidas estrelas, os passos ecoam na rua deserta. Cada pedra no caminho murmura segredos de vidas passadas, de histórias que começaram onde outras terminaram. A pequena cidade dorme, mas a mente desperta, flertando com memórias e possibilidades.

Há um estranho conforto em saber que tudo é efêmero: as luzes do poste, a brisa fria que toca o rosto e até mesmo os ciclos que pareciam intermináveis. Cada fim traz consigo um recomeço - talvez um novo amor, talvez a redescoberta do próprio coração.

A maturidade chega como um sussurro, ensinando que há beleza em deixar ir, que o vazio é solo fértil para o inesperado florescer. E assim, a caminhada noturna segue. Não como uma busca, mas como um reencontro com a noite, com a vida, consigo mesmo, com o início e com o fim.

Sombra e luz. No balanço entre as duas, a existência desenha sua poesia.

Betaldi
Enviado por Betaldi em 12/12/2024
Código do texto: T8217279
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