Caminhadas noturnas
Sob o céu velado de tímidas estrelas, os passos ecoam na rua deserta. Cada pedra no caminho murmura segredos de vidas passadas, de histórias que começaram onde outras terminaram. A pequena cidade dorme, mas a mente desperta, flertando com memórias e possibilidades.
Há um estranho conforto em saber que tudo é efêmero: as luzes do poste, a brisa fria que toca o rosto e até mesmo os ciclos que pareciam intermináveis. Cada fim traz consigo um recomeço - talvez um novo amor, talvez a redescoberta do próprio coração.
A maturidade chega como um sussurro, ensinando que há beleza em deixar ir, que o vazio é solo fértil para o inesperado florescer. E assim, a caminhada noturna segue. Não como uma busca, mas como um reencontro com a noite, com a vida, consigo mesmo, com o início e com o fim.
Sombra e luz. No balanço entre as duas, a existência desenha sua poesia.