Poema fantasma
À deriva, sem rumo certo,
Buscava um verso em francês.
Três palavras me atingiram,
Me fizeram seu refém.
Depois de tanto teimar,
Fui condenado ao mar da inspiração.
Hoje sei: poesia é pólvora chinesa,
Que deixa marcas no coração.
Em Aracaju, Jaci Farias
Canta o mar, a solidão profunda,
Divide um verso em seis,
Criando uma beleza que inunda
Os olhos de um certo alguém.
Caindo nessa folia,
Vejo a folia dos reis,
Lembrando com agonia
Daquele Velho Holandês.
Agora sei que eu faria
O que Jaci sempre fez,
Gritarei com alegria,
Um par versos em português.