Calmo Furacão
Eu tenho vivido dias estranhos, em que não estou sendo capaz de discerni-los. Sonhos, pesadelos, pensamentos, crenças e sentimentos. Estou dentro de um calmo furacão — que contraditório, não?
Sutilmente, as coisas estão ficando fora do lugar. Primeiro, notei que não tinha mais vontade de me exercitar; consequentemente, parei de comer bem. Ah! Como sou inconstante! Logo em seguida, percebo que foi o meu ânimo que voou para bem longe de mim. Afinal, não consigo fazer nada direito. Como se isso já não bastasse para desorganizar a minha vida e rotina, começo a ter pensamentos e sentimentos que achei que já havia superado. Meu Deus! Como vivo presa no passado.
Agora eu te pergunto: o que está acontecendo? Que furacão calmo é esse que, sutilmente, tira as coisas do lugar e traz essa confusão e conflito para dentro de mim? Que sentimentos são esses, se já havia superado?
Há algo dentro de mim que grita por socorro. Me ajuda, por favor!
Começo, então, a olhar para as coisas que as mãos humanas são incapazes de fazer e me lembro: o meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra.
Respiro fundo ao contemplar a criação, e um renovo acontece; uma esperança renasce.
Fecho os olhos e sinto um amor que me cura. Minhas perguntas mudam: Que amor é esse? E, num livro precioso, encontro a resposta: é o perfeito amor que lança fora todo MEDO.
De repente, consigo dar nome ao que chamava de “calmo furacão”: MEDO! Foi ele que roubou o meu ânimo e instalou, sutilmente, o caos dentro de mim. Todo esse tempo, o que agia por trás do desânimo era o medo.
Medo de quê? Medo de não ser o suficiente. Medo de errar. Medo de não conseguir. Medo de ser, mais uma vez, frustrada.
Esses medos foram me entrelaçando de tal forma que fui me deixando de lado. Medo que trouxe consigo mentiras: não sou capaz de fazer nada direito. Ah! Como acreditar em mentiras tem me custado!
Preciso fazer algo, não posso viver assim.
Não fui criada para isso. Agora existe uma luta dentro de mim. Existe um despertar!
Tomo uma decisão racional: vou trocar o medo pela “fé”, o firme fundamento das coisas que não se veem, mas se esperam.
Entendi que, de modo intencional, é necessário trocar as mentiras pela Verdade. Mas, como? Conhecendo a Verdade. Só há uma Verdade. O Absoluto existe, e eu quero seguir e prosseguir em conhecê-lo, e sinto que, cada vez que O conheço mais, mais livre me sinto. Que delícia é esse novo sentimento.
Descobri que o medo morre de medo da convicção na Verdade, porque a convicção é acompanhada de ousadia.
No final, você pode se perguntar: que transição nada sutil entre os parágrafos — do nada, o calmo furacão tem nome e um encontro com algo sobrenatural acontece? Ela se sente livre? 🤔
Eu te respondo: obra do Espírito Santo, só quem vive entende. Eu não sei te explicar, mas te convido… quer experimentar?