O Natal Que Vive Em Mim
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Sem ela, minha mãe, já não há Natal em mim. A festa, que antes ganhava vida em cada detalhe por suas mãos, agora é apenas uma lembrança viva e dolorosa. Era ela quem organizava tudo: o jantar, a ornamentação, a imensa árvore impecavelmente decorada, o amigo secreto que arrancava sorrisos. Sua presença dava alma à celebração. Agora, sua ausência ecoa em cada canto da casa e em cada enfeite que permanece guardado.
Ela já não está entre nós, mas sua memória nesta época cresce ainda mais forte, como se quisesse me lembrar de tudo o que perdi. Com ela, foi-se também um pedaço enorme de mim, um fragmento da minha alegria. O Natal, antes repleto de luz, parece mais apagado.
Mas, ao mesmo tempo, sei que ela gostaria que a celebração continuasse, que sua essência permanecesse viva em nossos gestos. Talvez, em meio à saudade, seja possível resgatar algo dela nos sorrisos dos que ainda estão aqui, nos momentos que criamos com aqueles que amamos, honrando o que ela tanto valorizava: o amor, a união e a alegria compartilhada.
O vazio é imenso, mas é nessa ausência que percebo o quanto ela fez diferença. Celebrar, mesmo que com lágrimas, talvez seja uma forma de tê-la presente novamente.
Porque no fundo, o Natal não morreu com ela; ele renasce na força do amor que ela plantou e que continua a florescer em mim.
Neila Costa
Natal,02/11/2024