Alberto

Naquele momento, percebi minha distração: aquela pessoa havia passado horas tentando me convencer de seu valor, como se eu fosse alguém capaz de julgar qualquer um! Sua figura, no entanto, me inspirava vida – uma energia palpável que eletrizando o ar, contagiava a alma.

Quieto e pensativo, eu escutava... escutava... escutava...

Enfeitiçado pelo que podia sentir, descuidei completamente de suas argumentações. Aquele ser nem precisava falar; seu dom estava em sua presença.

E então, quando inevitavelmente fui chamado a interagir, sorri! Um sorriso frouxo, um pouco doido, mas que respondia àquela sensação de completude que me era dada. Impulsivamente, toquei seu ombro – e, fitando-lhe os olhos, estasiado e confuso, convidei-o a sentar.

Estranho, não? Mas, atônito, parado a seu lado naquele banco de praça, esperava que aquele majestoso céu do crepúsculo, com suas cores vibrantes e suas primeiras estrelas curiosas, pudesse responder-lhe, o que com palavras era impossível. Que bela tarde! Que boa foi a tarde!

abimas
Enviado por abimas em 24/11/2024
Reeditado em 27/11/2024
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