Não me culpe por amar a noite

As vezes , somente as vezes temos que chamar a responsabilidade para nós, as regras nos distanciam das vontades, e o jogo existe e deve ser jogado. Tenho que sair, a noite e uma maravilha feita de estrelas .

Preciso espairecer um pouco, ainda não sei que objeto formavam esses cacos que foram se espalhando depois que minha alma libertou se das amarras que cuidadosamente me impuseram tentando me alienar do espanto de saber que a vida e muito mais do que acordar, trabalhar, pagar boletos e dormir.

Não me culpe por amar a noite, e a chance de tentar passar um tempo comigo mesmo não tem preço, nem todos tem a sorte de ter a consciência tranquila, talvez eu mesmo não tenha esta sorte.

Vejo um mundo de notícias falsas e sinto que a verdade já não interessa tanto assim, a noite escorre tranquila por todos os s cantos da cidade. Caminho por largas avenidas e algumas vielas , a luz dos cartazes e prédios abafa a luz das estrelas.

Entro em bares, festas e botequins, a vida pulsa e regurgita o marasmo de tantas solidões com sorrisos amarelos, o espanto espanta a ternura e traz o abraço indiferente de quem não te conhece e quando o dia amanhece a realidade assombra com indiferença e frieza .

As vezes parece que nada vai desabar quando tudo desaba, as vezes não somos o suficiente. Não me culpe por deixar o dia escorrer das minhas mãos, não me culpe por amar a noite.

Diego Tomasco
Enviado por Diego Tomasco em 18/11/2024
Código do texto: T8199369
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