Refúgio na escuridão
Por que essa escuridão se aloja em meu peito? Uma sombra que parece infinita. Minha mente é um caos, um redemoinho de sentimentos que se agitam sem parar. Estou anestesiada, aprisionada em um espaço apertado, um abrigo que se transforma em cárcere. Anseio por compreender, ao menos, a tempestade que atravesso. As lágrimas não vêm; há uma força, uma violência que me consome por dentro.
Desde que me desintoxiquei, sinto que minha vida se tornou um quebra-cabeça incompleto, cada peça fora de lugar. Nada foi programado, e mesmo por trás de um sorriso disfarçado, percebo o vazio nos teus olhos, uma ferida que não cicatriza. Minha mente, inquieta, viaja ao passado, trazendo à tona as loucuras que insistem em se reunir em um só lugar. Estou perdendo o controle sobre essa máquina que sou.
Compreender o que me trouxe a esse estado é um desafio monumental. Foi a surpresa? A decepção? O desejo? Perguntas correm por meu labirinto, afastando-me do abrigo que busco. A vontade de falar, de sentir, se sobrepõe ao desejo de paz. E, no fundo, percebo que talvez não seja normal o suficiente para viver tranquilamente.