Dias sem sol...
Não sei quanto aos outros, uns dizem adorar, não vou dizer que odeio, até mesmo porque jamais devemos reclamar ou desgostar de algo feito pelas MÃOS DIVINA, no entanto, prefiro os dias com sol. Os dias nublados e com chuva me trazem uma certa nostalgia, uma preguiça, uma não vontade de realizar o que me é rotineiro, as minhas coisas do dia a dia. Perco o ânimo, fico estagnada nas horas, não flui o meu dia, quando me dou conta, passou e não foi produtivo, e sim perdido. Esses dias sem sol, até que, no fundo, têm o seu charme, trazem inspiração, um certo quê de tristeza, uma quietude de dentro para fora, aquela parada nos pensamentos, a tal reflexão que fazemos quando deixamos o barulho, a correria, a euforia de fora e ficamos em tudo que vai na alma, nas entranhas, no que classificamos como passado, história, lembranças, momentos. E nem é preciso ser algo longínquo, basta ter sido ontem. Só tem que ter acontecido, seja bom, feliz, ruim, triste. Mas que tenha deixado marcas, cicatrizes. Então, são nesses dias que paro os meus pensamentos, me pego a brigar comigo mesma por escolhas, erros, palavras mal ditas. Crio toda uma retrospectiva de vida, risco todos os sonhos não realizados, as promessas vencidas da minha lista de coisas a fazer... Como um simples dia cinzento traz à tona o que estava no fundo, esquecido, guardado a chave? E com ele palavras soltas, desconexas, sem sentido. Mas que todas juntas, amontoadas, representam, definem o que sinto nesses dias sem a sua presença.