NATUREZA CARAMBOLA
O ser humano é como uma carambola – uma fruta de dualidades.
Em sua essência, ele guarda uma complexidade que se revela em facetas múltiplas, como as pontas afiadas da estrela que carrega em sua forma.
Por fora, um brilho que atrai, uma doçura que encanta, como o mel escondido em sua carne amarela.
Ele é capaz de oferecer carinho e afeto, de florescer em gestos que aquecem, como o sol na pele.
Mas, tal qual a carambola, há um veneno sutil que às vezes se faz presente.
Uma sombra amarga que surge em momentos inesperados, um sabor que corta, que afasta.
O ser humano traz consigo, escondido entre doçura e brilho, um veneno de egoísmo, de medo, de inveja.
Ele é amável e sedutor, mas, em alguns instantes, revela-se tóxico, capaz de ferir aqueles que o cercam.
Nessa dualidade, o humano se encontra: doce e amargo, gentil e ácido.
Não há como separar essas partes, pois elas compõem sua totalidade, e ele é tão intrincado quanto simples.
Como a carambola, ele só pode ser plenamente experimentado quando abraçamos a possibilidade de ambos os sabores – aceitando que o doce e o tóxico coexistem, fazendo parte do mesmo fruto.