Transmutação da realidade

Como mudar essa realidade,

Que sem ao menos pedir licença,

Vem e nos atropela?

Causando grandes estragos,

Tão de surpresa -

Atravessando os nossos caminhos.

Qual é o lugar mais seguro?

Se é que ele existe.

Vagamos incrédulos,

Pelas ruas correndo riscos.

A mercê de qualquer tipo de violência,

Que pouco a pouco –

Destrincha a nossa alma,

Fazendo-nos vagar feito zumbis,

Transformando o peito, pedra de gelo,

Coração de aço.

Seguimos em completo desatino,

Por trilhas que os pés reconhecem,

Mas as sensações não são de alívio –

No mar revolto da ansiedade.

A qualquer estampido,

Sobressaltos e gritos de pavor.

Não precisa ir muito longe,

Ali acampados na esquina –

Ressurgem as ameaças.

Não tem idade,

O desespero humano.

Na luta pela sobrevivência,

Vem desde criança.

Gerações sobre pressão,

Será que veremos alguma mudança?

Neste bombardeio de informações,

As fakes news e suas vítimas.

Um país amordaçado pela corrupção,

Respirando a base de aparelhos –

Olhos incrédulos pela consternação.

O Estado omisso -

A consciência pesada,

Dorme tranquilamente mais uma noite.

Para que se preocupar,

A segurança calibrada,

Não protege a quem deveria.

Na labuta diária,

O pobre trabalhador –

Levanta aos açoites,

De uma vida negligenciada.

Fugindo dos tiroteios,

Terrenos hostis.

Em qualquer hora,

Não há momento –

Interrompendo o itinerário,

Da longa jornada.

Onde está o prazer?

O sopro da satisfação,

Pelas conquistas –

Assistimos perecer.

Em alguma tela disponível,

O antagonismo da felicidade.

Deparamo-nos com a fria verdade,

Aguardando o descanso incrível -

O que não mais terá, o justo.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 12/11/2024
Código do texto: T8195313
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