Dissabores.

Olha nos meus olhos, você acha mesmo que eles ainda brilham?

Minha mente é um inferno... Não o de Dante, com os sete pecados, o dos cristãos, com uma purga eterna e a minha é o arrependimento que carrego comigo há anos

Por tantas vezes eu chorei até dormir, em outras tantas eu dormi pra não chorar, mas o purgatório onde me coloquei me persegue, está sempre presente, embora às vezes escondido...

Há os que dizem que só passamos o que nos é suportável, mas eu ainda não me perdoei e não sei o quanto mais suporto, ou se já suportei algum dia.

Embora eu saiba o quão forte eu consigo ser, me pareço tão frágil, tão insignificante... Me assusta

Por que se tornou tão difícil viver, se desde que me conheço por mulher, veja bem, não menina, desde que me vi mulher tudo o que desejei foi viver, então, quando se tornou um fardo?

Escrever já não é mais tão fácil, o tempo voa... escasso, e eu resto.

As costas continuam largas, mas me falta espaço.

Todas as pessoas seguem e eu? Acompanho...

Ainda tenho sonhos, isso talvez seja bom sinal, ou sina, quem sabe?

Ainda bem que os tetos estiveram sempre demasiadamente altos e eu ridiculamente pequena...

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 11/11/2024
Código do texto: T8194651
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