A VERDADEIRA AMIZADE
Vamos sair tomar um ar no boteco da esquina
Falar de coisas findas e inventar as que ainda
Nem chegaram, enfim!
Esta é a nossa sina meu amigo
Teu abraço meu abrigo
Estamos sempre chegando
Mais perto do fim…
O que de fato vivemos neste mundo
Pra ser exato é só uma fração de segundos...
Vamos bebericar umas geladas
Para arrefecer a alma colibri
Neste corpo tão pesado e turbulento
E quente fervilhado de estresse
Não se apresse é na escuridão
Que tudo cresce para poder existir…
Vamos sorrir, vamos chorar
Tudo na vida é sobre o verbo amar
Viajar quiçá sem sair do lugar
Flutuar qual borboleta
Nas tulipas de cerveja
Hoje o bar é nosso jardim
Portanto nosso lar é o botequim.
Um bom tira-gosto para depurar as ideias
Nos embriagar bem devagar
Para a alma relaxar
Vamos trocar figurinhas
Neste álbum da vida
Porque tudo nela se definha
E rapidamente muda de lugar….
A noite morena tão experiente
É nossa dama de companhia
Deixa os “vagalumes-estrelas”
Alumiando nossos passos de passarinho
Que já depois de certo tempo
Já perde seu compasso
Na hora de voltar pro ninho
Onde teremos como único luxo
Os gatos da vizinhança
E a solidão de uma cama vazia…
Ainda é cedo vamos ouvir no burburinho do bar
Ás velas dos lábios acesas e o canto das sereias
Mergulhar de cabeça no marulhar do copo
E deixar o mar vermelho da embriagues avançar
Sem rumos nos levando sem comando
Para esquecermos dos desmandos da vida passar...
Hoje é utopia, ilha da fantasia, alfarrábios
Uma brisa espumosa nos lábios
Que a vida é breve
Por isso bebe velho amigo que tudo é vida que segue...
Este marulhar de gente e alcoolemia
Como num confessionário de indigentes
Somos todos iguais na mesa de um bar
Cujo regente é o fantasma da velha boêmia
O momento é eterno meu grande parceiro
Por isso um brinde à vida companheiro
Que quando bem vivida
Nos convida a vivê-la
Um brinde a amizade e fique sabendo
Quem tem um amigo verdadeiro
Têm dois corações batendo
Se um parar no do outro continuará vivendo….