Caminhos
Caminhos
Ah querida, meus caminhos se entrecruzam com os seus
Os rios que me atravessam desaguam inevitáveis em seu mar
O cansaço que carrego no oásis de seus braços tem descanso
Meus inúmeros relógios de areia rabiscam o tempo pra lhe ver
Meus pontos cardeais se convergem docemente pro seu norte
Em meu horizonte seu rosto teima em frágil e bela aquarela
Em suas pegadas os meus pés se calçam fortes e exatos
Os labirintos que detenho encontram fugas em seu corpo
Minha escuridão se ilumina sob a luz de seu raro luar
Os medos que me insistem tem em você doce coragem
As ausências que me têem são intervalos sem seus olhos
Longe minhas noites desestrelam, meus planetas desorbitam
Longe minhas jangadas sobraçam, meus navios vão a pique
Distante do seu mapa não há estradas, não há caminhos
Eu me encontro solitário, eu me descubro sem saídas