há sempre um recomeço!
Às vezes, o fim chega com um silêncio inesperado. A gente sente o frio da despedida antes mesmo de ver o adeus, mas insiste em segurar o que já não tem mais como ficar. Ciclos se encerram como as folhas que caem com o outono, mesmo que o coração ainda peça por um verão que já passou. Há um desconforto em aceitar que algo terminou, seja um amor que não cabe mais, uma amizade que se dissolve nas entrelinhas ou um trabalho que já não nos preenche.
No começo, resistimos. Tentamos manter vivos os fragmentos, mas quanto mais seguramos, mais nos cortamos nos cacos do que um dia foi. É difícil aceitar que nem todas as histórias têm um “para sempre” e que o fim, por mais amargo, pode ser necessário para nos libertar. A verdade é que o recomeço, por mais assustador que pareça, sempre nos aguarda do outro lado do adeus.
Mas aprender a dizer adeus é aprender a deixar ir o que pesa e segurar apenas o que ilumina. Não é sobre apagar o passado, mas sobre caminhar com o que ele nos deixou. Encarar a falta, sentir o vazio e permitir que, aos poucos, a vida encontre espaço para o novo. Afinal, recomeçar é isso: fazer das ausências uma ponte para a nossa própria transformação.