Raízes de Resistência
Pelas veias do Brasil, corre um sangue ancestral,
De reis e rainhas, de um povo imortal.
Herança africana, tão rica, tão vasta,
Guardada em silêncio, onde a história se arrasta.
Sob o peso das correntes, trouxe saber e canção,
Plantou suas raízes em solo de opressão.
Mas os tambores não cessam, o ritmo persiste,
Nas favelas, nas rodas, onde o povo resiste.
Valorizá-la é luta, é ato de amor,
É reconhecer a cor, o sofrimento e o clamor.
É dar voz aos esquecidos, é erguer seus altares,
Tecer novos caminhos, que rompam os mares.
Por entre a poeira das ruas e o aço das cidades,
Ecoam memórias de antigas verdades.
Candomblé, capoeira, samba e maracatu,
São almas vivas, clamor que reluz.
Mas o caminho é difícil, há muralhas e espinhos,
Na terra que acolhe, nem sempre há carinho.
É preciso coragem para dar esse passo,
Unir as mãos fortes, formar novo espaço.
Que um dia a herança seja brilho e valor,
Que o esse povo se veja em respeito e amor.
Pois nas cores do povo, no sangue miscigenado,
O Brasil encontra seu lar sagrado.
Que se erga em beleza, com orgulho e fé,
Reconhecendo na luta a força que é.