Prosa com o Pai
Oh meu Deus! Pai da eternidade, dono de todas as coisas, criador dos céus e da terra, molda-me com tuas mãos de luz e faz de mim uma mensageira, uma chama que arde nas sombras mais densas. Leva-me às terras onde a esperança se perdeu nas curvas do tempo, onde o vento sussurra canções esquecidas e o solo geme sob o peso do desespero. Que os meus passos semeiem o renovo, que eu possa espalhar as brilhantes pétalas do teu amor, suaves como um amanhecer após uma longa noite.
Conduz-me, ó Pai, para onde os corações se fecham como flores ao crepúsculo, e ensina-me a abri-los com o calor do teu abraço. Que a minha voz seja eco de tua misericórdia; que os meus gestos sejam a brisa que acalma os mares revoltos da alma. Leva-me aos corações de terras seca, onde a tristeza é morada antiga, para que eu possa regar com as águas da alegria que só tu sabes dar.
Permite-me ser uma ponte entre as margens do medo e o reino do consolo, uma melodia de esperança em meio ao silêncio. Ensina-me, oh Paizinho, a amar não apenas com palavras, mas com tolerância, paciência, pureza do olhar e a firmeza do toque. Que eu leve o riso aonde ecoa o pranto e devolva à vida o brilho esquecido. Que teu amor, transbordando em mim, encontre caminho em cada alma seca, regando-a com promessas de primavera eterna.
Assim, que eu seja a faísca que acende o farol na tempestade, para que os navegantes perdidos encontrem o rumo de volta para casa.
Amém!