Saudades dos tempos que o Ser Humano pensava
Saudades tenho
se vou ou se venho
eu tenho e muita
muita saudade das pessoas
que sorriam e eram aptas
a serem inteligentes,
muita gente:
se foi muita boa gente.
Escreviam com capacidade
com veracidade
fantasias e verdades.
Saudades de ouvi-las
de vê-las
saudades de sentir as emoções
contidas dentro do coração
e da mente fértil.
Como era bom saber que a cada passo
nos jornais, nas revistas, na TV
existiam seres puramente intelectuais
joviais, plenos, humanos.
Eram poetas, escritores, pintores,
construtores de vidas
a beleza de escutar cada sílaba,
cada frase, era uma aula magna.
Saudades da inteligência, da cultura, do culto ao belo.
Ao sentimento mais nobre, mais singelo.
Humanos que nos provocavam a pensar, a refletir, a louvar
o que há de mais autêntico na vida: a inteligência livre,
a inteligência plena.
Canetas nas mãos e humanidade aforada, revolucionária
construindo pontes e laços
destruindo muros e osculando abraços;
canetas nas mãos e coração aberto
produzindo o eterno e o certo,
oriundo da capacidade humanística.
Saudades dos tempos em que o Ser Humano Pensava.