Entre instantes e silêncios
Emaranha-me, aperta e afrouxa
Desespera-me , e ao mesmo tempo, acomoda
Ilude-me , incentiva tantas voltas inúteis .
Já não sei se és meu amigo, carrasco ou inquisidor.
Se compreendes minhas lástimas e dores;
E me envolta, remonta , afronta, ignora.
És um poço de indecisão
Quando o conheci, parecia ser uma chance.
Quando entendi, na verdade, era um ultimato.
Quando percebi que nunca estás errado,
Me exasperei, olhando o reflexo passado.
Quando caminhei na infância , meus olhos brilhavam ao sol.
Já na juventude, a pressa me assolou.
Não percebi que o ritmo não fazia diferença
Quando vi, você já tinha passado muitas vezes, sempre a me olhar com indiferença.
Na vida adulta, às vezes, me deparei com as consequências da desatenção.
Minha pressa roubou os meus sonhos , meus risos escorreram pelas mãos.
Não consegui entender sua visão ,
Por mais que procurasse em doutrinas , conceitos e religiões.
Aqui , restei mero espectador, que sofre com sua inexorável passagem
Perdoe-me, só conseguir respeitá-lo instantes antecedentes só encontro com a escuridão.