Entre instantes e silêncios

Emaranha-me, aperta e afrouxa

Desespera-me , e ao mesmo tempo, acomoda

Ilude-me , incentiva tantas voltas inúteis .

Já não sei se és meu amigo, carrasco ou inquisidor.

Se compreendes minhas lástimas e dores;

E me envolta, remonta , afronta, ignora.

És um poço de indecisão

Quando o conheci, parecia ser uma chance.

Quando entendi, na verdade, era um ultimato.

Quando percebi que nunca estás errado,

Me exasperei, olhando o reflexo passado.

Quando caminhei na infância , meus olhos brilhavam ao sol.

Já na juventude, a pressa me assolou.

Não percebi que o ritmo não fazia diferença

Quando vi, você já tinha passado muitas vezes, sempre a me olhar com indiferença.

Na vida adulta, às vezes, me deparei com as consequências da desatenção.

Minha pressa roubou os meus sonhos , meus risos escorreram pelas mãos.

Não consegui entender sua visão ,

Por mais que procurasse em doutrinas , conceitos e religiões.

Aqui , restei mero espectador, que sofre com sua inexorável passagem

Perdoe-me, só conseguir respeitá-lo instantes antecedentes só encontro com a escuridão.

Enna Luz
Enviado por Enna Luz em 02/11/2024
Código do texto: T8187499
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