EM GESTO DISTRAÍDO...
Em gesto distraído inventa memórias.
Tudo o mais é um mar de silêncio
Onde se pescam gritos.
É permitido dizer adeus sem enviar um beijo.
E fecha a porta, com quem apaga uma vela,
E passa a velar-se a si próprio.
Faz-se triste na solidão exposta.
Ele, chora baixinho, porque ela não volta,
Como que esvaída no perfume duma flor que murchou.
Em gesto distraído inventa memórias,
Como quem desenha lágrimas, com lápis de ponta fina
Numa página que se rasgou...